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terça-feira, 24 de agosto de 2021

CRÔNICA DE HOJE

 



 

Hérnia de disco, um problema maior do que se vê

Dra. Meira Souza*

Se você já frequentou uma clínica de dor, hérnia de disco é provavelmente uma expressão que você já ouviu.

A intensidade de uma dor de hérnia é intensa e infelizmente não é um quadro raro.

Tenho pacientes que apresentam dores por hérnia de disco que não possuem esse diagnóstico e pacientes que há anos lidam com este problema, realizando dezenas de

intervenções e tratamentos sem sucesso.

Não é raro que algum paciente passe por uma cirurgia e não possua mais a hérnia quando observada em uma ressonância, no entanto continue com a dor.

Essa situação é inevitavelmente angustiante e parece um caminho sem saída, por isso é importante compreendermos como se forma uma hérnia em primeiro lugar.

Uma hérnia de disco é formada quando uma vértebra saí do lugar. Entre as vértebras existe uma estrutura chamada disco que é muito parecido em textura com uma bala ou chiclete, o disco funciona como um amortecedor e permite que tenhamos mobilidade na coluna.

Com exceção das situações no qual ocorre um trauma externo, uma hérnia não é construída da noite para o dia, é uma situação de agravos diários que eventualmente leva a um quadro extremamente doloroso.

Em torno da coluna existem vários músculos que se estão muito tensos criam um esmagamento da coluna vertebral, fazendo com que os discos desidratem e percam volume, o que deixa as vértebras mais próximas uma da outra.

Essas alterações musculares são tão poderosas que deslocam a o eixo da coluna causando desvios e retificações.

Estas estruturas alteradas condicionam um aumento de pressão dentro do disco. A coluna vista de perfil apresenta várias curvas, exatamente para evitar que o todo o peso do corpo repouse apenas sobre as últimas vértebras.

Um paciente com o quadro de hérnia de disco nunca apresenta um único problema, por isso é possível que as intervenções sejam ineficazes contra a dor, mesmo que a hérnia seja retirada cirurgicamente.

Isso ocorre porque o corpo que evoluiu para uma hérnia apresenta muito agravos nos músculos, nos tendões e ou mesmo nos ossos; como artrose e atrites. A hérnia era apenas uma parte do quadro de dor, mas não responsável pelo inteiro.

Vulnerabilidades musculares muitas vezes são negligenciadas até que exista um grande problema. Para evitar isso, é necessário prestar atenção em todos os sinais que um corpo entrega.

Um indivíduo que apresente quadro de dor nas costas é um candidato para os cuidados preventivos da hérnia. Onde há dor, há um problema, mesmo que não seja visível através de exames, como radiografias, tomografias e ressonâncias.

Hérnia é a tradução de uma coluna adoecida e exige mais cuidados do que uma intervenção externa, ela precisa de uma adequação no estilo de vida para ser completamente restaurada.

Preste atenção ao seu corpo, onde seu estresse se manifesta e como minimizá-lo, pequenos passos diários são mais poderosos do que um único grande passo.

*A Dra. Meira Souza é responsável pela clínica de dor do Instituto de Ortopedia e Traumatologia. É autora dos livros: “Obesidade: vire essa página da sua vida com qualidade de vida”, “O Reino encantando dos alimentos”, “Viva bem com a coluna que tem”. É também palestrante sobre os temas que atua. É responsável pela coluna Construindo saúde na TV BH News, no programa Revista BH News, que explora temas ligados à saúde apresentando dicas e fatos cotidianos que possam ajudar na construção da saúde dos telespectadores. Esta crônica foi publicada no jornal “O Tempo” e é uma das introdutórias ao próximo livro da autora "Emagre-Ser", que está sendo editado pela editora Autêntica.

Contato com este blog: conslocsaudepompeia@gmail.com.

 

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