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quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

DICA DE SAÚDE


O colesterol
   O leitor deste blog, renomado cardiologista e médico do trabalho Julizar Dantas, autorizou-nos a publicar o seguinte trecho de sua autoria:

O colesterol é um derivado das gorduras que tem várias funções importantes para o organismo. É um constituinte essencial das membranas celulares. Participa na síntese dos hormônios sexuais masculinos e femininos, da vitamina D e secreções biliares.
            O colesterol é ingerido juntamente com os alimentos gordurosos, principalmente a pele, carne e vísceras, os ovos e derivados do leite. As gorduras vegetais saturadas, incluindo a gordura do coco e da palmeira, e as gorduras trans não contêm colesterol, mas aumentam os seus níveis no sangue. O próprio organismo é capaz de sintetizar o colesterol no fígado, nos intestinos e na parede das artérias. Mesmo que a alimentação não contenha colesterol, o organismo pode produzir a quantidade suficiente para cobrir as necessidades metabólicas (clique em "Mais informações" para continuar a leitura).



            Tipos de colesterol: os bandidos e o mocinho.
            Existem três tipos principais de colesterol. O colesterol-HDL (bom) evita o depósito de gorduras na parede interna das artérias. O colesterol-LDL e VLDL são os bandidos desta história. Aliados aos triglicérides, eles têm a capacidade de formar placas de aterosclerose e obstruir as artérias. Vamos conhecer melhor esses “tipos” e aprender a evitá-los.
            As lipoproteínas constituem um meio de transporte das gorduras pelo sangue. É como se elas fossem embaladas ou empacotadas. Essa “embalagem” é realizada pelo fígado. Aí se faz uma combinação de moléculas de colesterol e triglicérides com proteínas de diferentes densidades.
            A combinação entre o colesterol e proteínas de alta densidade (na língua inglesa High Density Lipoprotein) forma a lipoproteína colesterol-HDL que tem efeito protetor contra aterosclerose. Age estimulando o efluxo do colesterol das células da parede das artérias. Apresenta ações anti-inflamatórias e inibe a oxidação do colesterol-LDL. Por outro lado, se o colesterol for combinado com uma proteína de baixa densidade (Low Density Lipoprotein), teremos uma lipoproteína (colesterol-LDL) com alta propensão a se depositar na parede das artérias, formando placas de aterosclerose. O colesterol-VLDL é a forma ligada às proteínas de muito baixa densidade (Very Low Densitity Lipoprotein) e apresenta capacidade intermediária para formar placas de aterosclerose.
            A dosagem do colesterol fracionado é muito importante, especialmente quando o colesterol total encontrar-se na faixa limítrofe no sangue (200 a 239 mg/dL).

            Triglicérides.
            Os triglicérides são transportados na corrente sanguínea, ligados às proteínas de muito baixa densidade. Eles se comportam como um fator de risco independente para aterosclerose. Os valores normais estão abaixo de 150 mg/dL. Níveis elevados de triglicérides usualmente estão associados com a obesidade, o diabetes e a ingestão excessiva de álcool e carboidratos simples (açúcar, mel, doces, sorvetes, massas, etc.).

            Tipos de gorduras.
            As gorduras saturadas tendem a se depositar na parede das artérias. As gorduras insaturadas, entretanto, não se comportam da mesma maneira e podem ajudar na prevenção da aterosclerose. Mas o que vêm a ser esses tipos de gorduras?
            As gorduras são formadas por átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio. A principal diferença entre gordura saturada e insaturada está na composição química das moléculas. Esses átomos são combinados entre si por meio de ligações químicas. O átomo de carbono tem a capacidade de fazer quatro ligações. Elas podem ser simples ou duplas. Quando um átomo de carbono combina-se com outro átomo de carbono, por uma ligação dupla, dizemos que a gordura é do tipo monoinsaturada. Se existir mais de uma ligação dupla na molécula, a gordura é chamada de poli-insaturada. Se todos os átomos de carbono estão combinados por ligações simples a outros átomos de carbono e hidrogênio, fala-se em gorduras saturadas, isto é, as ligações do carbono estão ocupadas (saturadas) pelos átomos de hidrogênio.
            Existem dois tipos de gordura insaturada. Os ácidos graxos monoinsaturados, que são encontrados no azeite de oliva, nos óleos vegetais (girassol, canola e arroz), na azeitona, no abacate e nas oleaginosas (castanhas, nozes e amêndoas). Os ácidos graxos poli-insaturados são essenciais para manutenção da saúde e da própria vida. As principais fontes são os óleos vegetais de canola, algodão, milho, soja, girassol e linhaça e o óleo de peixe. Os peixes em geral são ricos em ácidos graxos poli-insaturados.
            As gorduras saturadas aumentam o risco de aterosclerose e são prejudiciais à saúde. Elas são encontradas nos alimentos de origem animal (carnes, toucinho e vísceras, ovos, leite integral e derivados) e em alguns óleos vegetais (coco). É recomendável que, no máximo, 10% do total de calorias da alimentação sejam fornecidos pelas gorduras saturadas. 
            Os ácidos graxos trans são o resultado do processo de industrialização dos alimentos pela hidrogenação de óleos vegetais. A ingestão excessiva eleva os níveis sanguíneos de colesterol-LDL e reduzem o colesterol-HDL. São prejudiciais à saúde e aumentam o risco de aterosclerose. As margarinas, os óleos e gorduras hidrogenadas usadas na produção industrial de sorvetes, recheios de biscoitos e salgadinhos são alguns exemplos de alimentos ricos em gorduras trans.

            Aterosclerose: como age o colesterol?
            A obstrução das artérias coronárias por placas de aterosclerose é frequente em homens após 40 anos e mulheres na fase pós-menopausa. Esta doença pode ter início prematuro na adolescência. As partículas de colesterol presentes na circulação sanguínea penetram nas células que revestem a parede interna das artérias. O acúmulo de gorduras forma uma placa de ateroma. Com o passar do tempo, esta placa vai crescendo e obstruindo progressivamente o diâmetro interno das artérias. Há uma limitação do fluxo sanguíneo que pode causar dor torácica típica de angina. Se houver ruptura da placa, ocorre a agregação das plaquetas, que são células especializadas na formação de trombos. Isto pode bloquear totalmente a artéria coronária e acarretar a morte de uma parte do coração que deixou de ser irrigado, caracterizando o infarto do miocárdio.
            O colesterol alto aumenta o risco da aterosclerose e pode ser secundário a um traço genético, mas é muito influenciado pelo teor de gorduras saturadas na dieta. Ocorre pela ingestão de leite integral, creme de leite, manteiga, queijo gordo (canastra, cobocó, prato, provolone, mussarela), leite de coco, gordura aparente das carnes, toucinho, torresmo, salsicha, salame, linguiça, pele, vísceras, gema de ovo, camarão, entre outros.

            Quais são as metas para o colesterol?
            As metas variam de acordo com a estratificação do risco cardiovascular. As recomendações atuais são:
risco baixo: colesterol-LDL< 130 mg/dL e colesterol não-HDL < 160 mg/dL.
risco médio: colesterol-LDL < 100 mg/dL e colesterol não-HDL < 130 mg/dL;
risco alto: colesterol-LDL < 70 mg/dL e colesterol não-HDL < 100 mg/dL;
risco muito alto: colesterol LDL < 50 mg/dL e colesterol não-HDL < 80 mg/dL.
Os novos valores de referência e os valores de meta terapêutica em adultos indicam que, com jejum e sem jejum, os valores são diferentes somente para os triglicérides e são idênticos para o colesterol total, colesterol-HDL, colesterol-LDL e colesterol não-HDL.


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