Conheça os exames para entrar bem na terceira-idade
O aumento da
população idosa é uma realidade também aqui no Brasil: nos últimos 30 anos a
expectativa de vida do brasileiro passou de 62 para 73 anos, segundo dados do
Ministério da Saúde. No Dia do Idoso (01 de outubro), o grande desafio é
entender como envelhecer de forma saudável, mantendo corpo e mente ativos.
Nesse cenário, é importante estar atento às doenças que têm como um dos
principais fatores de risco a idade - e nada melhor do que iniciar os exames de
rastreamento na faixa etária recomendada, ou então continuar fazendo aqueles
que, se já eram importantes antes, passam a ter atenção redobrada após a
meia-idade. Confira essa lista e não se esqueça: na dúvida sobre qualquer
alteração no seu corpo ou sintoma diferente, pergunte ao seu médico!
Hemograma
O conhecido
exame de sangue ajuda o médico a identificar diversos aspectos da sua saúde ?
principalmente os males do coração, que são mais incidentes a partir dos 50
anos de idade. "É com esse exame rápido e simples que o médico consegue
avaliar índices importantes como o colesterol (tanto o LDL, o colesterol ruim,
quanto o HDL, conhecido como bom colesterol) e o perfil lipídico, que revela se
há ou não risco para aterosclerose, AVC ou hipertensão arterial", explica
o geriatra Clóvis Cechinel, do laboratório Pasteur, em Brasília.
TSH
A incidência de hipotireoidismo aumenta com o
passar da idade, principalmente nas mulheres. Isso porque na fase da menopausa
é muito comum a mulher sofrer da tireoidite de Hashimoto ou tireoidite crônica,
doença autoimune em que o corpo produz anticorpos que atacam a tireoide,
fazendo deste distúrbio a principal causa do hipotireoidismo. "Durante o
climatério, período em que as doenças autoimunes são mais frequentes, é
possível que o metabolismo de hormônios, como estrógeno, esteja produzindo
fatores desencadeantes para doenças autoimunes, entre as quais a doença de
Hashimoto", afirma a geriatra Silvia Prado, da equipe do Lar Sant'Ana.
Dessa forma, o exame de TSH é importante para verificar se há alguma alteração
significativa no funcionamento da tireoide que precise de tratamento.
Densitometria óssea
O exame de
densitometria óssea é usado para medir a densidade de nossos ossos, ou a massa
óssea. "Ele usa um aparelho especial de raio-x, e é o melhor exame para
controlar a evolução da osteoporose e de seu tratamento", diz o geriatra
Clóvis. O controle com o exame geralmente é anual, mas a frequência pode mudar
conforme orientação. "A densitometria avalia o grau da osteoporose e acusa
a probabilidade de fraturas", lembra. Por isso mesmo que é um exame de
extrema importância a partir dos 50 anos, uma vez que nossos ossos crescem
somente até os 20 anos e sua densidade aumenta até os 35 anos, começando a
perder-se progressivamente a partir disso.
Colonoscopia
O câncer de
cólon e reto tem, entre os principais fatores de risco, a idade. O consumo de
álcool, o tabagismo e uma dieta pobre em fibras e rica em gordura são outros
fatores de risco para esse tipo de câncer. O exame consegue identificar
alterações da mucosa do intestino que podem evoluir para um câncer e o
tratamento dessas alterações já reduz o risco da doença. A colonoscopia deve
começar a ser feita a partir dos 50 anos de idade para pessoas sem histórico
familiar da doença. Aqueles que possuem fatores de risco devem incluir o exame
na rotina após os 40 anos ou 10 anos antes da idade do caso mais precoce na
família. "A colonoscopia também pode ser indicada em investigação de dores
abdominais, alteração do hábito intestinal, hemorragias pelo ânus, diarreias e
outras queixas relacionadas", explica a especialista. Se os exames forem
normais, devem ser repetidos a cada cinco ou dez anos. Já o resultado alterado
deve ser repetido conforme orientação do médico.
Raio-X de tórax
Essencial
para quem é fumante, o raio-x de tórax é importante para avaliar o estado dos
pulmões após os 50 anos. "Apesar do câncer de pulmão não ser o mais
prevalente, é um tipo de câncer mais agressivo", afirma a pneumologista
Sandra Aparecida Ribeiro, da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisilogia
(SBPT). Por isso, se o indivíduo é ou foi fumante, deve visitar um
pneumologista anualmente para detecção desse problema ? após a meia-idade esse
exame se torna mais importante, uma vez que quanto mais tempo de exposição ao
cigarro, maiores os riscos. A visita ao pneumologista também deve acontecer
sempre que a pessoa for vítima de gripes ou resfriados. Sintomas como uma tosse
que demora a se curar não podem ser ignorados. "O risco de o problema
evoluir para uma pneumonia é maior e pode levar o paciente à morte". Outro
cuidado fundamental é tomar as vacinas contra infecções respiratórias (gripe e
pneumonia, por exemplo) disponíveis para pessoas de mais idade em postos
públicos.
Eletrocardiograma
O sistema
cardiovascular sofre diversas modificações com o decorrer da idade, que
culminam com o comprometimento da função cardíaca. "Ocorrem alterações
estruturais no coração, nas válvulas cardíacas e nas paredes das
artérias", explica a geriatra Silvia. Tais modificações acarretam em
diminuição da reserva funcional, limitando o desempenho cardiovascular durante
as atividades físicas e em outras situações de grande demanda. Por isso,
recomenda-se uma visita anual ao médico a partir dos 40 ou 50 anos, que fará
uma análise clínica do paciente, avaliando se ele apresenta fatores de risco
como obesidade e gordura abdominal - além de solicitar o ecocardiograma e medir
a pressão arterial. O eletrocardiograma é um exame que mede a frequência
cardíaca e suas oscilações se a pessoa está em atividade intensa ou repouso.
Isso ajuda o médico a encontrar alterações, como insuficiência cardíaca,
arritmias e outras cardiopatias. Junto do eletrocardiograma, é importante
manter as medidas de pressão arterial uma vez ao ano, mesmo para quem não sofre
de hipertensão, ajudando na prevenção e tratamento da doença.
Exame de toque retal e PSA
A partir dos
45 ou 50 anos, todo homem deve marcar uma consulta com um urologista
anualmente, pois o risco de um câncer de próstata ser diagnosticado nessa idade
aumenta. A investigação correta para a doença é feita com uma história clínica
completa, dosagem de PSA, toque retal e ultrassom de próstata por via retal.
"O PSA é uma proteína que a próstata normal pode produzir e o tumor de
próstata produz em quantidade muito maior", explica o geriatra Clóvis.
Esses exames devem ser feitos sempre e em conjunto, pois o toque retal nem
sempre pode detectar um câncer que apresenta dosagem de PSA, assim como de 24 a
40% dos tumores não apresentam altas dosagens da proteína PSA, não sendo
detectados pelo exame - mas podem ser pelo toque. "O exame de toque retal
também nos dá informações adicionais sobre a próstata, mesmo que não
relacionado à doença maligna, como a hiperplasia prostática benigna." Além
disso, o exame de toque também possibilita encontrar pólipos e fazer retirada
de pele para biópsia.
Papanicolau e mamografia
A principal
indicação da mamografia é para o rastreamento do câncer de mama - e as mulheres
entre 40 e 69 anos são as principais vítimas da doença. "Isso porque a
exposição ao hormônio estrógeno (principal causador dos tumores) está no auge
com a chegada dessa idade", explica a geriatra Silvia. A partir dos 50
anos, particularmente, os riscos entram em uma curva ascendente. Para mulheres
que não tem histórico familiar e são assintomáticas, a mamografia deve começar
a ser feita a partir dos 40 anos. Já para aquelas que possuem casos de câncer
de mama na família, a mamografia deve começar a ser feita 10 anos antes do caso
mais precoce entre as parentas que tiveram a doença. Por exemplo: se uma mulher
descobriu um câncer de mama aos 40 anos, sua filha deve começar a fazer
mamografias anualmente aos 30 anos.
Juntamente
com a mamografia, o exame de Papanicolau precisa continuar a ser feito mesmo
após os 50 anos - independente da vida da mulher continuar sendo ativa ou não.
Segundo os especialistas, esse exame deve fazer parte da lista até os 70 anos.
"É preciso ficar claro que algumas infecções independem disso e que esse é
um exame importante", ressalta o geriatra Clóvis.
Dosagens de vitamina D, cálcio e PTH
Juntamente
com a densitometria óssea, o exame para detectar deficiências de vitamina D
(25-hidroxi vitamina D) e cálcio no sangue e ossos é essencial para o
acompanhamento do risco de osteoporose a partir da meia-idade. "Quando os
níveis de vitamina D estão abaixo do normal, é sinal de que a associação do
cálcio nos ossos está ineficiente - já que a vitamina é responsável por essa
ligação", afirma o geriatra Clóvis. Além disso, também pode ser pedido um
exame de PTH - que indicam as quantidades do hormônio da paratireoide no seu
organismo. Isso porque, explica o especialista, o PTH está relacionado com a
absorção de cálcio e vitamina D pelo intestino e rins. Dessa forma, altos níveis
de PTH no sangue indicam que o cálcio pode não estar sendo utilizado como
deveria para o fortalecimento dos ossos, pois não consegue se ligar a eles, e o
corpo precisa produzir mais PTH para descartar esses minerais circulantes no
sangue. "Exames positivos para deficiência de vitamina D e cálcio, em
conjunto alguma alta dosagem de PTH, são bem suspeitos para acompanhamento de
uma futura osteoporose e podem indicar a necessidade de suplementação
vitamínica", ressalta Clóvis.
Ureia e creatinina
Também é
importante que ele possa verificar a creatinina, para averiguar as funções do
rim - uma vez que quanto maiores são os níveis de creatinina, menos eficiente
está o rim. "A creatinina serve de suporte para fazer o cálculo da taxa de
quanto o rim consegue filtrar das impurezas que estão passando ali", conta
o geriatra Clóvis. Com o passar da idade esse valor vai subindo gradativamente,
e a função renal também vai diminuindo como um reflexo do envelhecimento -
resta saber se esses níveis não resultarão em uma insuficiência renal mais
grave. Esse acompanhamento é ainda mais importante para pacientes com diabetes
e hipertensão, já que essas condições elevam o risco de complicações renais.
"A dosagem da creatinina é muito importante, pois ela pode aumentar de
forma assintomática, servindo de alerta para a possibilidade de uma doença
renal."
Glicemia de jejum
O risco de
diabetes tipo 2 aumenta consideravelmente a partir dos 45 anos, principalmente
por conta do aumento dos fatores de risco, como obesidade - por isso, pessoas
que tem histórico familiar da doença e não fazem esse exame com frequência
devem considerar incluir a dosagem na lista de exames anuais a partir desse
período. Portadores de diabetes tipo 1 fazem o exame de glicemia de jejum com
maior frequência, pois precisam saber os níveis de glicose para ajustar a dose
de insulina a ser aplicada - nesse caso o exame é feito em jejum ou então antes
da próxima aplicação, usando um aparelho chamado glicosímetro. Portadores de
diabetes tipo 2 em uso de medicação oral e eventualmente insulina fazem o exame
com uma
frequência
menor, geralmente durante a consulta médica.
Exames oftalmológicos
Após os 50 anos, doenças como a catarata e o
glaucoma têm maior incidência, daí a necessidade de uma visita anual ao oftalmologista.
"Grande parte das doenças dos olhos são irreversíveis, então identificar o
problema precocemente pode eliminar a necessidade de cirurgias", afirma o
oftalmologista Marco Antonio Alves, diretor da Sociedade Brasileira de Oftalmologia.
O especialista lembra ainda que é possível identificar outras doenças
silenciosas, como o diabetes e a hipertensão, apenas por meio de exames
oculares. "E mesmo quem já sabe que é portador dessas doenças pode
melhorar o controle clínico delas em uma consulta oftalmológica",
complementa.
Fonte: http://www.minhavida.com.br/
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com este blog: conslocsaudepompeia@gmail.com
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