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sábado, 15 de março de 2014

COM A PALAVRA UM EX-MORADOR DO BAIRRO POMPEIA


O SUS é de todos nós
--- Guilherme Cardoso*




O Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo. Ele abrange desde o simples atendimento ambulatorial até o transplante de órgãos, garantindo acesso integral, universal e gratuito para toda a população do país. Amparado por um conceito ampliado de saúde, o SUS foi criado, em 1988 pela Constituição Federal Brasileira, para ser o sistema de saúde dos mais de 180 milhões de brasileiros. É o que diz o Ministério da Saúde.

Na prática, o SUS é utilizado basicamente pelas classes menos favorecidas  que se resignam a ficar horas nas filas dos postos de saúde para uma consulta médica, ou esperar meses para conseguir uma internação em um hospital público. Quem tem melhores condições financeiras, ou faz mágicas para permanecer nesta  situação, sacrifica-se mensalmente para pagar um plano de saúde particular, só para obter consultas mais rápidas e quem sabe, conseguir com mais agilidade uma vaga na rede hospitalar privada, quando precisar.

Tudo bem, é um direito de escolha para quem tem boa saúde financeira pagar caro para ter um bom serviço. No meu entender, é um equívoco.

Se todos nós pagamos impostos, taxas e contribuições, direta ou indiretamente, como empregados ou patrões, e se o SUS usa esses recursos e é constitucionalmente destinado a todos os brasileiros, sem distinção de classes, por que não deixarmos de enriquecer os planos de saúde privados e aderirmos maciçamente ao Sistema Único de Saúde?

Sabemos que o povão, a gente simples e humilde, quase sempre com pouco estudo e conhecimento da razão dos fatos, apenas reclama, não sabe dos seus direitos e nem como cobra-los das autoridades governamentais. Por isso, é facilmente manipulado.

Ao invés de desdenharmos o SUS, ficarmos somente criticando o que não funciona, sem apresentarmos soluções, não seria mais inteligente, mais econômico e politicamente correto de nossa parte se também passássemos a utilizar os serviços de saúde da rede pública?

É quase certo que, com nossos conhecimentos mais aprofundados, nossa carga maior de estudos, nosso poder maior de mobilização, se uníssemos aos menos favorecidos, poderíamos pressionar com mais rigor  e objetividade os governantes, exigindo e não apenas pedindo, que tratassem a saúde pública com mais seriedade e os usuários com mais respeito, investindo mais e melhorando o atendimento e a qualidade dos serviços médicos no país.

Assim, seríamos solidários, ganhadores e beneficiados.

*Cronista da Realidade, Guilherme Cardoso é jornalista aposentado, autor de vários livros e contador de causos e casos. Blog: http://www.dzai.com.br/guilhermecardoso/blog/guilhermecardoso.


Contato com este blog: conslocsaudepompeia@gmail.com


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