O SUS é de todos nós
--- Guilherme Cardoso*
O Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos maiores sistemas
públicos de saúde do mundo. Ele abrange desde o simples atendimento
ambulatorial até o transplante de órgãos, garantindo acesso integral, universal
e gratuito para toda a população do país. Amparado por um conceito ampliado de
saúde, o SUS foi criado, em 1988 pela Constituição Federal Brasileira, para ser
o sistema de saúde dos mais de 180 milhões de brasileiros. É o que diz o
Ministério da Saúde.
Na prática, o SUS é utilizado basicamente pelas classes
menos favorecidas que se resignam a
ficar horas nas filas dos postos de saúde para uma consulta médica, ou esperar
meses para conseguir uma internação em um hospital público. Quem tem melhores
condições financeiras, ou faz mágicas para permanecer nesta situação, sacrifica-se mensalmente para pagar
um plano de saúde particular, só para obter consultas mais rápidas e quem sabe,
conseguir com mais agilidade uma vaga na rede hospitalar privada, quando
precisar.
Tudo bem, é um direito de escolha para quem tem boa saúde
financeira pagar caro para ter um bom serviço. No meu entender, é um equívoco.
Se todos nós pagamos impostos, taxas e contribuições,
direta ou indiretamente, como empregados ou patrões, e se o SUS usa esses
recursos e é constitucionalmente destinado a todos os brasileiros, sem
distinção de classes, por que não deixarmos de enriquecer os planos de saúde
privados e aderirmos maciçamente ao Sistema Único de Saúde?
Sabemos que o povão, a gente simples e humilde, quase
sempre com pouco estudo e conhecimento da razão dos fatos, apenas reclama, não
sabe dos seus direitos e nem como cobra-los das autoridades governamentais. Por
isso, é facilmente manipulado.
Ao invés de desdenharmos o SUS, ficarmos somente
criticando o que não funciona, sem apresentarmos soluções, não seria mais
inteligente, mais econômico e politicamente correto de nossa parte se também
passássemos a utilizar os serviços de saúde da rede pública?
É quase certo que, com nossos conhecimentos mais
aprofundados, nossa carga maior de estudos, nosso poder maior de mobilização,
se uníssemos aos menos favorecidos, poderíamos pressionar com mais rigor e objetividade os governantes, exigindo e não
apenas pedindo, que tratassem a saúde pública com mais seriedade e os usuários
com mais respeito, investindo mais e melhorando o atendimento e a qualidade dos
serviços médicos no país.
Assim, seríamos solidários, ganhadores e beneficiados.
*Cronista da Realidade, Guilherme Cardoso é jornalista
aposentado, autor de vários livros e contador de causos e casos. Blog: http://www.dzai.com.br/guilhermecardoso/blog/guilhermecardoso.
Contato com este blog:
conslocsaudepompeia@gmail.com
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